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Vulvodínea (queimação na vulva)

Foto do escritor: VP TerapiaVP Terapia

Algumas mulheres frequentemente queixam-se de queimação na vulva, e esse relato muitas vezes são associados a quadros de vulvovaginites por profissionais da saúde.

A vulvodínea (VD) é um desconforto na vulva, mais frequentemente descrito como dor em queimação com duração mínima de 3 meses, que pode ser localizada ou generalizada, por condições provocadas ou espontânea. Trata-se de uma condição clínica complexa e multifatorial, que pela descrição tem interferência no desejo sexual da mulher. Pode afetar mulher de diferentes grupos etários, desde jovens até a idade pós menopausa. Até o momento não se conhece muito bem as causas, no entanto, diversos fatores etiológicos potencias são descritos como associados à mesma, como a fibromialgia, síndrome do intestino irritável, mudanças hormonais associadas ao uso de contraceptivos hormonais, hiperatividade muscular pélvica, inflamações locais, o aumento da inervação local teria implicações no aumento da sensibilidade local, e como não é diferente, os fatores psicossociais também representam uma parte, a ansiedade, depressão, vitimização da infância e stress pós-traumático são fatores de risco para desenvolvimento de VD. O diagnóstico é de exclusão e inclui o levantamento da história clínica de forma detalhada e exames para se afastar causas orgânicas. O tratamento é multidisciplinar. Uma vez que a origem da VD é multifatorial, e deve ser escolhido de acordo com as características de cada caso individual e possíveis fatores associados. De acordo com a FEBRASCO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e as sugestões de tratamentos descritos na literatura, segue alguns cuidados que são coadjuvantes no tratamento:

  • Cuidados locais: afastar fatores irritantes, orientar uso de produtos neutros e roupas intimas brancas de algodão, evitar lubrificantes de silicone ou oleosos, e dar preferência a hidratantes à base de água.

  • Orientação de dieta – dieta pobre oxalatos (metabólito de alguns alimentos, sendo excretado urina como cristais e em contato com a vulva leva a irritação); 1.200 mg de citrato de cálcio diário auxiliam na redução dos níveis urinários de oxalato.

  • Cremes lubrificantes durante relação sexual e anestésicos tópicos – lidocaína gel 2 a 5% uso durante a relação sexual (30 minutos antes e reaplicação durante o ato), sendo possível o emprego durante o dia em períodos de dor importante.

  • Estrogenioterapia tópica ou oral - pode diminuir a severidade dos sintomas: maturação epitelial, acúmulo gordura local, inibição da produção de mediadores inflamatórios (citocinas e interleucina-1), aumento do limiar da dor.

  • Sedativos tópicos = doxepina 5% creme; amitriptilina 2% (antidepressivo tricíclico – ação anti-histamínica); gabapentina local 6% (para dor neuropática); baclofeno 2%.

  • Antidepressivos tricíclicos - VO (nortriptilina/ amitriptilina), anticonvulsivantes (gabapentina), inibidores recaptação se serotonina.

  • Fisioterapia local.

  • Toxina botulínica.

  • Cirurgia: excisões focais, vestibuloplastia, perineoplastia ou vestibulectomia. Intuito de remover hiperplasia neural; reservada para não respondedoras ao tratamento conservador; não indicada em dor generalizada, não provocada.

  • Laser CO2 fracionado.

Cada caso é um caso diferente, que precisa ser avaliado e investigado. Se você tem esse problema ou conhece alguém que tenha, compartilhe essa matéria e incentive o tratamento. Nosso contato encontra-se aqui no site!


Fontes utilizadas:

European Guideline for the Management of Vulval Conditions

Febrasco (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia)

European Guideline For The Management of Vulval Conditions, 2016

ISSVD - Sociedade Internacional para o Estudo das doenças vulvares;

ISSWSH - Sociedade Internacional para o Estudo da Saúde Sexual da Mulher; IPPS - Sociedade Internacional dor pélvica.






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